domingo, 22 de agosto de 2021

Circuito Digital Somador de 1 bit

 Portas Lógicas para o circuito






O circuito somador usa as portas lógicas AND e OR.

Diagrama do circuito


O circuito utiliza a porta AND para detecção de overflow na soma (1+1) e a porta XOR para decidir a Soma (0+0 = 0, 0+1 = 1, 1+0 = 1 e 1+1 = 0).

Os diagramas das 4 possibilidades está abaixo:






segunda-feira, 27 de maio de 2019

Transístores - Circuito NAND - VI

O circuito NAND é um dos mais fáceis de se produzir, usando-se o estado de cutoff  de 2 transístores em conexão Emissor 1 Coletor 2:


Quando as duas entradas estão em Low(baixo) os dois transístores estão em cutoff, a tensão no coletor 1 é máxima.

Vamos colocar uma das entradas em High (alto):


Com a Entrada Superior em High, ainda assim a tensão no coletor 1 fica alta, pois a corrente não alcança o Terra, barrada pelo estado cutoff do Transistor inferior.

Vamos então colocar a segunda entrada também em High:


Agora a corrente pode passar pelos transístores e atingir o Terra, aliviando a Tensão no coletor 1.



segunda-feira, 13 de maio de 2019

Transístores - Circuito OR - V

No post anterior desafiamos o leitor a construir um circuito com transístores que executasse a função da operação lógica OR. Neste post vamos demonstrar como isto pode ser feito.

O Circuito OR

O circuito OR é mais fácil de ser concebido, pois basta construir um arranjo para que uma entrada produza saída alta, que saberemos como conectar, ao mesmo ponto, a outra entrada, com o mesmo resultado.


O Circuito mostrado usa a configuração básica do Transístor: pequena corrente na base e detecção do sinal no Coletor. A resistência de 20k ohms no coletor garante que a corrente seja desviada para trás do transistor (em relação à detecção do sinal resultante).

Para impedir que a corrente "fuja" para as entradas, prejudicando tanto as fontes dos sinais lógicos, quanto eventuais circuitos dos multiplexadores, cada entrada é protegida com um diodo. Diodos são mais fáceis de se administrar.

Ativando uma entrada

O comportamento de ambas as entradas é igual. Ambas convergem para o primeiro nó à esquerda, complementando a corrente necessária para saturar o Transístor, bloquear o caminho da corrente originada da fonte de 5V à direita em direção ao Terra, e produzir uma saída alta no Coletor:


 E o mesmo se dá, clara e logicamente, quando a outra entrada é ativada:


E se ambas estiverem ativadas:


Se uma corrente já ativava a saída em estado alto, duas o fazem com maior eficiência.

Circuito OR com 2 Transístores

O circuito OR com Transístores utiliza a saída do Emissor, e não a do coletor. Um diodo garante que a corrente não volte por uma das entradas lógicas:


Com ambas as entradas em "Low" (estado baixo), a corrente flui da Fonte de 5V para o Terra, sem que seja retida no Emissor do segundo Transistor.

Quando ativamos a primeira entrada (a superior), a corrente flui pelo Diodo, e aumenta o fluxo de corrente em direção ao segundo Transistor. Este estã em estado de saturação, mas ainda com uma corrente que não inverte a Polarização do segundo Transístor, a ponto de interromper a corrente:


Desta forma, a saída no Emissor é alta.

Coisa parecida se dá com a segunda saída ativada, mesmo com a primeira desativada. Ambos os Transístores estão pérmitindo fluxo em direção ao Terra, sem Polarização inversa:


O Diodo, neste caso, serve para impedir retorno de corrente pela primeira entrada, que poderia impedir a concentração de corrente no segundo Emissor.

E com ambas as entradas em estado "high" (alto), sem bloqueio, em função das resistências de valor apropriado, um grande fluxo de elétrons é garantido no emissor, mantendo-o no estado "high" (alto):

Alternativa simétrica para o circuito

Existe uma alternativa em série para a porta OR, ainda utilizando um Diodo:


O Diodo é necessário em vista da segunda entrada (a inferior) provocar retorno de corrente para a primeira entrada, caso esteja ativada sem que a primeira esteja em "high" (estado alto).

Ativando a entrada superior, a corrente flui diretamente para o transistor mais à direita:


A corrente em excesso flui para o Terra.

Ativando apenas a entrada inferior, a corrente da fonte de 5V sai pelo emissor do primeiro transistor, não se perdendo totalmente no Terra, pois existe uma grande resiostência de 10 mil Ohms impedindo tal comportamento. Assim, a corrente é direcionada para a base do segundo Transistor, ativando a saída.

Quando ambas as entrada estão ativadas, a base do segundo Transistor é fortemente alimentada, elevando ainda mais a saída do Emissor deste último Transístor.

Conclusão

A configuração com Transistores permite uma distribuição de corrente sem aquecimentos indesejáveis em um só transístor. Quanto mais componentes ativos, melhor é a distribuição de calor e maior é o delay de carregamento dos componentes. É preciso um certo atraso nos circuitos, para produzir o efeito de "passo" entre etapas de polarização.


quinta-feira, 2 de maio de 2019

Transístores - Circuito AND - IV

Uma vez que temos os princípios dos Transístores expostos nas três primeiras partes desta série, é hora de partir para aplicações práticas, no terreno da Eletrônica Digital.

O Circuito AND

Neste circuito, vamos utilizar 2 transístores, o que deve ser muito lógico, em vista de termos que trata duas entradas. O local de entrada dos sinais deve ser a Base do Transístor, pois ele é a chave ou "torneira" que regula o fluxo de corrente entre a fonte de potencial (5V) e o Terra.


Este é o primeiro estado do circuito. Na base da figura estão as tensões dos INPUTs e a tensão de saída. Esta última é tão pequena, que é insuficiente para produzir alguma saída detectável. A seguir, vamos colocar o INPUT 1 em estado alto:


A tensão alta no INPUT 1 sobe a 5V, mas apenas eleva alguns picovolts na saída do Emissor 2. Vejamos o que ocorre quando colocamos o INPUT 1 em estado baixo e o INPUT 2 em estado alto:


Como o Transístor do INPUT 1 não tem corrente na BASE, ele está em estado de corte, permitindo que o INPUT 2, em estado alto, promova uma tensão um pouco maior (397,52 mV), mas insuficiente para colocar a saída em estado alto.

Vejamos agora o que ocorre quando ambos os INPUTs estão em estado alto:


Agora, as tensões se acumulam em direção ao Terra, chegando ao valor de 3,83V, que supera o limite de 2,5V, que estabelece o "piso" para que a saída lógica seja considerada em estado ALTO.

Suavizando as correntes

O Resistor ligado ao Terra está sob uma tensão que pode queimá-lo. É preciso diminuir a corrente, sem alterar a tensão de saída, que produza o resultado esperado, ou seja, o Estado alto. Utilizando as propriedades das resistências, acrescentamos uma certa quantidade delas, nos valores corretos, para distribuir a corrente, e não queimar as resistências:


Na primeira solução, a resistência estava suportando uma corrente de 38,32 mA. Não se engane, 38 mA é uma corrente alta. Nesta segunda solução, com mais resistências, a corrente nas resistências de 200 Ohms é de 8,97 mA e nas resistências de 400 Ohms é de apenas 6,25 mA.

Em um circuito integrado, com 382 milhões de Transístores, realidade de um Intel Core I3, os fatores de elevação da temperatura devem ser combatidos.

Para pensar

Você consegue imaginar a configuração para produzir o circuito Lógico OR ?












quarta-feira, 1 de maio de 2019

Transístores - Semicondutores - III

Pelo senso comum ou conhecimento popular, a maioria das pessoas sabe o que são condutores e o que são isolantes. Pelos materiais utilizados em fios elétricos e outros materiais sabemos quais deles são condutores:

  • Alumínio
  • Cobre
  • Ferro
  • Ouro

É óbvio que não existe fiação de ferro, devido à sua difícil maleabilidade, e nem de ouro, devido ao seu valor.

E todos sabem que a borracha, o plástico, a madeira e tantos outros são materiais isolantes.

Quando um material será isolante, e quando será condutor ?

Elétrons e arranjos atômicos

A partícula que se movimenta em grande quantidade, quando um potencial elétrico é aplicado a um material é o elétron. Todo e qualquer material tem, em sua constituição microscópica, prótons e elétrons. Mas a natureza deu a eles uma outra possibilidade, que varia de material para material, de acordo com a temperatura e de acordo com o tratamento recebido quando de sua solidificação.

Ao ser fundido, e depois ser solidificado, um mesmo material pode se solidificar em arranjos diferentes, com propriedades diversas. Tal é o exemplo do versátil átomo de carbono, que se apresenta sob a forma de grafite, carvão, diamante, fulerenos e nanotubulos.

Dependendo da configuração do cristal em que se apresenta um elemento, seus elétrons estarão "soltos", ou "aprisionados" na cadeia cristalográfica.

Condutores e Isolantes

Quando o material possui elétrons que são capazes de se libertar da cadeia cristalográfica do mesmo, ao se aplicar um campo elétrico a este material, dizemos que o mesmo é um CONDUTOR.

E um material cujos cristais em que se arranjou, em seu estado natural, numa determinada temperatura e pressão, são tão estáveis que aprisionam os elétrons de suas cadeias moleculares, chamamos a este material ISOLANTE elétrico.

Mas existem materiais formados por elementos que, devido a uma particularidade de camada valência que divide os elétrons da última camada em orbitais diferentes, surge uma singular disponibilidade de elétrons com possibilidade de movimento, tanto mais quando se introduz as impurezas corretas em sua estrutura cristalina.

Os elementos  que possuem esta particularidade são:

  • Antimônio (5s2 5p3);
  • Arsênio (4s2 4p3);
  • Boro (2s2 2p1);
  • Germânio (4s2 4p2);
  • Polônio (6s2 6p4)
  • Silício (3s2 3p2);
  • Telúrio (5s2 5p4);

À frente dos elementos está a configuração de sua última camada de elétrons. Mas só isto não basta. É preciso que a distância entre os átomos, na conformação do cristal, em determinada temperatura, possibilite esta movimentação. Estes elementos apresentam tal possibilidade de movimentação.

E esta possibilidade vem de uma característica energética muito especial. A variação necessária de energia para superar a Banda de Valência (que prende os elétrons à última camada do elemento) e atingir a Banda de Condução tem um valor pequeno, à temperatura ambiente.

Dopagem

Para facilitar a mobilidade de cargas, em um material que não é naturalmente condutor (na temperatura ambiente), é preciso acrescentar impurezas no material base do transistor. O Emissor é fortemente dopado, o Coletor é moderadamente dopado e a Base é fracamente dopada (esta tem uma largura 150 vezes menor que o a largura do transistor.

Movimento de cargas no Transistor

A seguir mostramos o movimento de cargas, quando se aplica uma tensão na Base do Transístor.

Considerando o sentido convencional (cargas positivas) da corrente, quando é aplicada uma tensão na Base do transístor, ocorre um movimento de "lacunas" ou "buracos" em direção ao Emissor. Em consequência, elétrons fluem do Emissor para o Coletor, usando estas lacunas como meio de transporte.

Sugestão

Leia o documento em:

http://www-physics.lbl.gov/~spieler/physics_198_notes/PDF/VIII-3-BJT.pdf







Transístores - Princípio de Funcionamento - II

Para iniciar a explicação do princípio que governa os transístores, vamos abordar uma coisa que todos tem em casa: a TORNEIRA. Todo mundo utiliza torneiras para ter acesso à água, para encher um copo, para alimentar uma mangueira de água para lavar o carro, etc.




Esta torneira será o nosso transístor.

A água representa a corrente elétrica que flui.

Quando dissermos que aplicamos uma corrente na Base do transístor, estaremos dizendo, quanto à torneira, que estamos abrindo o registro da mesma.

Quando citarmos o Emissor do Transístor, estaremos nos referindo ao cano que precede o registro da torneira, ou seja, a parte anterior à parte rosqueada que desce, para bloquear a água.

Quando citarmos o Coletor do Transístor, estaremos nos referindo ao bocal de saída da água da torneira.

Circuito básico do transístor

Aqui estaremos nos referindo e utilizando, geralmente, o transístor do tipo NPN.

Adaptado de http://www.learningaboutelectronics.com

Utilizando a forma de análise da corrente de elétrons, e não a convencional (cargas positivas), podemos descrever o funcionamento do circuito básico de um transístor da seguinte forma:

Quando aplicamos uma pequena corrente à Base do Transístor, dentro da faixa permitida pelo seu fabricante, os elétrons oriundos do Terra começam a fluir do Emissor para o coletor, atraídos pela carga positiva aplicada ao Coletor deste mesmo Transístor.

Tensão de Corte

Existe um valor limite de Tensão, aplicada à Base do Transístor, que o faz saturar. Este estado corresponde, na analogia da torneira, ao fechamento do registro dela, interrompendo a corrente. A corrente no Coletor, portanto, é zerada, mas a Tensão é máxima, correspondente à Carga aplicada no Coletor.

Sugestão

Instale em seu computador o software "circuit simulator" de falstad.com, no endereço:

https://www.falstad.com/circuit

Enviem suas perguntas.




domingo, 28 de abril de 2019

Transístores - Inversor - I

Neste primeiro post sobre Eletrônica Digital, vamos tratar dos Transístores, de forma muito prática. Uma vez compreendido o seu uso, poderemos, posteriormente, tratar de sua história, de seu funcionamento e da sua aplicação nos computadores.

Primeiro Circuito


O Transístor é o componente mais à direita, abaixo da resistência de 110 ohms. A voltagem aplicada é a usual em circuitos de computadores. A resistência que dosa a corrente na base do transístor é de 17300 ohms.

Os cálculos de resistências foram feitos no limite para que o transístor não saturasse, deixando o coletor (traço do transístor sem a seta) no nível baixo, ou seja, abaixo dos 2.5 volts. Utilizamos, justamente, a saída lógica (L - low), para mostrar que o transístor não está saturado. Veremos, abaixo, o que ocorre quando ele satura.

Segundo Circuito

Calculamos, cuidadosamente, as resistências na base e no coletor do transístor, de modo que este saturasse. Desta forma, a voltagem no coletor chega a 2.5 volts, e a saída lógica antes em low (L no circuito anterior) passa a high (H), ou seja, estado alto.



O circuito apresentado é um dos mais importantes presentes nos circuitos integrados: é o INVERSOR, ou NOT. Nos computadores, é a voltagem que define o nível em que está o componente lógico (representado por um circuito unitário).

Para sermos mais exatos, as faixas de nível de tensão que representam o "0" ou o "1", nos circuitos digitais, são:

FAIXA em voltsEstado Reconhecido
0 a 0,790 ou desligado
0,80 a 2,4Indeterminado
2,5 a 51 ou ligado

Estes são os valores limite, mas a tensão considerada para o estado 1 (ligado) deverá ser a mais elevada possível, dentro do intervalo, para garantir a detecção do nível alto. O projeto do circuito integrado deve garantir, dentro do intervalo de temperaturas de tolerância, a estrita obediência a esta tabela.

Temperatura

Para citar só um dos fatores que influencia os circuitos integrados, vamos tratar da temperatura.

O aumento da temperatura aumenta os valores observados nas resistências. Valores muito no limite da tabela de tensões tendem a abaixar. O estado que pode ser mais prejudicado é o High (alto, correspondente ao 1 lógico). Daí a necessidade de uma ventilação eficiente, materiais adequados, controle de energia do circuito e a separação dos "cores" dos microprocessadores, além de softwares de gerência de memória eficientes e separação dos circuitos de tratamento dos diversos perifèricos, para minimizar, ao máximo, os efeitos do calor.

Quem usa os celulares com intensidade conhece bem os efeitos do calor sobre os mesmos.

Sugestão

Instale em seu computador o software "circuit simulator" de falstad.com, no endereço:

https://www.falstad.com/circuit

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